ATA DA CENTÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 11-12-2006.

 


Aos onze dias do mês de dezembro do ano de dois mil e seis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e doze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Bernardino Vendruscolo, Cassiá Carpes, Dr. Goulart, Ervino Besson, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Maria Celeste e Raul Carrion. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Claudio Sebenelo, Dr. Raul, Elias Vidal, Mario Fraga, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Paulo Odone, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Carlos Todeschini, o Pedido de Providência nº 2069/06 (Processo nº 5691/06) e o Pedido de Informação nº 264/06 (Processo nº 5694/06); pelo Vereador Elói Guimarães, o Pedido de Providência nº 2070/06 (Processo nº 5692/06); pelo Vereador Haroldo de Souza, o Pedido de Providência nº 2074/06 (Processo nº 5705/06); pelo Vereador João Carlos Nedel, os Pedidos de Providência nos 2078 e 2079/06 (Processos nos 5717 e 5718/06, respectivamente) e o Projeto de Lei do Legislativo nº 233/06 (Processo nº 5625/06); pelo Vereador José Ismael Heinen, os Pedidos de Providência nos 2075, 2076 e 2077/06 (Processos nos 5714, 5715 e 5716/06, respectivamente); pela Vereadora Maria Celeste, o Pedido de Providência nº 2073/06 (Processo nº 5704/06); pela Vereadora Neuza Canabarro, os Pedidos de Providência nos 2071 e 2072/06 (Processos nos 5702 e 5703/06, respectivamente). Ainda, foram apregoados os Ofícios nos 1098 e 1099/06, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando, respectivamente, o Projeto de Lei do Executivo nº 054/06 (Processo nº 5677/06) e Mensagem Retificativa ao Projeto de Lei do Executivo nº 043/06 (Processo nº 4784/06). Também, foram apregoadas a Emenda nº 01, de autoria do Vereador Dr. Goulart, ao Projeto de Resolução nº 093/06 (Processo nº 5558/06), e Comunicado de autoria do Vereador Elias Vidal, informando que, a partir de hoje, Sua Excelência passa a integrar o Partido Liberal. Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 1774/06, do Senhor Paulo César Hack, Gerente de Desenvolvimento Urbano da Caixa Econômica Federal – CEF –; 1995 e 2052/06, do Senhor Ricardo Quijano Gomes Ferreira, Gerente de Desenvolvimento Urbano da CEF. Na oportunidade, em face da inexistência de quórum deliberativo, deixaram de ser votadas as Atas da Octogésima Nona, Nonagésima, Nonagésima Primeira, Nonagésima Segunda, Nonagésima Terceira, Nonagésima Quarta e Nonagésima Quinta Sessões Ordinárias. Ainda, o Senhor Presidente informou que o Senhor José Fogaça, Prefeito Municipal de Porto Alegre, encontra-se em visita a esta Casa, para reunião de final de ano com o Conselho de Cidadãos Honorários de Porto Alegre. A seguir, em face de Licença para Tratar de Interesses Particulares do Vereador Haroldo de Souza, para o período de onze a quinze de dezembro do corrente, aprovada na Sessão Ordinária do dia sete de dezembro do corrente, o Senhor Presidente declarou empossado na vereança, pelo mesmo período, o Suplente Dr. Raul, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Educação, Esportes e Juventude. Em prosseguimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Miguel Rangel, da Associação Comunitária dos Moradores da Vila Portal dos Pinheiros, que discorreu sobre o Projeto “Portais da Cidade”, elaborado pelo Governo Municipal, que altera o sistema público de transporte vigente em Porto Alegre. Sobre o assunto, declarou que essa iniciativa penaliza a comunidade do Bairro Restinga, propugnando por alternativas que viabilizem melhorias no transporte público no Centro da Cidade, mas beneficiem, também, as populações que residem em áreas periféricas. Na ocasião, o Senhor Presidente informou ter havido consenso entre os representantes do Colégio de Líderes, com a finalidade de que as Bancadas não se manifestassem nos termos do artigo 206 do Regimento, acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Às quatorze horas e trinta e quatro minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e trinta e cinco minutos, constatada a existência de quórum. A seguir, foi iniciado o GRANDE EXPEDIENTE, tendo o Senhor Presidente informado que, durante esse período, seria realizada homenagem à Associação de Orientadores Educacionais do Rio Grande do Sul, pelo transcurso do quadragésimo aniversário dessa instituição. Compuseram a Mesa: o Vereador Luiz Braz, 1º Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre e a Senhora Clarissa Maria Aquere Szadoski, Diretora da Associação de Orientadores Educacionais do Rio Grande do Sul. Em GRANDE EXPEDIENTE, a Vereadora Manuela d'Ávila afirmou que a Associação de Orientadores Educacionais do Rio Grande do Sul tem se destacado por uma trajetória de luta pelo reconhecimento da importância dos orientadores educacionais no ambiente escolar. Nesse sentido, salientou a participação desses profissionais na construção do diálogo entre as comunidades docente e discente, visando à conscientização do papel socializador e transformador da educação no mundo atual. Às quatorze horas e quarenta e seis minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e quarenta e sete minutos, constatada a existência de quórum. Em prosseguimento, foi apregoada a Emenda nº 01, proposta pela Vereadora Manuela d'Ávila e assinada pelo Vereador Raul Carrion, Líder da Bancada do PCdoB, ao Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 129/05 (Processo nº 2716/05). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Raul Carrion saudou decisão do Supremo Tribunal Federal, que declarou a inconstitucionalidade da chamada “cláusula de barreira”, constante no artigo 13 da Lei Federal nº 9.096/95, relativa aos índices de votos à Câmara dos Deputados exigidos dos Partidos Políticos para funcionamento parlamentar. Finalizando, registrou ato público a ser realizado hoje no Largo Esquina Democrática, em face da morte do ex-Presidente chileno Augusto Pinochet. Em GRANDE EXPEDIENTE, a Vereadora Maria Celeste citou o transcurso, ontem, dos cinqüenta e oito anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos e manifestou-se sobre a morte do ex-Presidente chileno Augusto Pinochet, frisando ter sido esse político um dos maiores ditadores da história da humanidade. Ainda, lembrando assassinatos ocorridos no Rio Grande do Sul nos últimos dias, defendeu políticas de desarmamento e combate à desigualdade social, como meio de garantir mais segurança à população. A seguir, foi apregoada a Emenda nº 01, de autoria do Vereador João Carlos Nedel, ao Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 023/06 (Processo nº 4412/06). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Antonio Dib apoiou a Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem, editada em mil novecentos e quarenta e oito, em Bogotá, na Colômbia, procedendo à leitura de trechos desse documento. Sobre o assunto, criticou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, argumentando que essa carta não especifica como nem por quem serão assegurados os benefícios por ela discriminados. O Vereador Luiz Braz, referindo-se a comentários acerca de crimes cometidos durante o governo do ex-Presidente Augusto Pinochet, no Chile, criticou o regime do Presidente cubano Fidel Castro e afirmou que este político é responsável por grande número de mortes ocorridas em Cuba. Também, criticou o Senhor Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República, responsabilizando o Governo Federal pelos baixos índices de crescimento econômico apresentados pelo Brasil no corrente ano. A seguir, o Senhor Presidente convocou os Senhores Vereadores para Sessão Extraordinária a ser realizada no dia quinze de dezembro do corrente, às nove horas e trinta minutos, para eleição da Mesa Diretora, da Comissão Representativa e das Comissões Permanentes. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Carlos Comassetto replicou o pronunciamento do Vereador Luiz Braz, em relação ao ex-Presidente chileno, Augusto Pinochet, opinando que o regime desse político marcou de forma negativa a história latino-americana. Nesse contexto, discorreu acerca do cenário político observado na América Latina, sublinhando que a maioria dos países do continente americano se caracteriza, atualmente, pelo uso da democracia como regime de governo. A Vereadora Clênia Maranhão, respondendo ao pronunciamento do Vereador João Antonio Dib, em Comunicação de Líder, asseverou que a Declaração Universal dos Direitos Humanos é mais aceita do que a Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem por ter sido elaborada por um número maior de países. Além disso, comentou a morte do ex-Presidente do Chile, Augusto Pinochet, e saudou a concessão do Prêmio Nobel da Paz ao banqueiro indiano Muhammed Yunus. O Vereador Cassiá Carpes criticou o Governo Federal pela criação de auxílios à famílias carentes e criticou o Partido dos Trabalhadores, quando na gestão de Porto Alegre, por negligenciar a manutenção das Secretarias e de contratar desnecessariamente financiamentos internacionais. Ainda, exaltou dados publicados hoje pela Confederação Nacional de Municípios, que mostram a elevação, de vigésimo para décimo terceiro lugar, da posição de Porto Alegre no Índice de Responsabilidade Fiscal, Social e de Gestão. O Vereador Bernardino Vendruscolo defendeu o Projeto de Lei Complementar do Legislativo n° 030/06, que amplia o prazo para solicitar o parcelamento do Imposto sobre a transmissão “inter-vivos” de bens imóveis, argumentando que essa forma de pagamento favorece o aumento da arrecadação. Também, destacou o Projeto de Lei n° 037/06, que disciplina o uso de caçambas estacionárias e contêineres nas vias públicas, alegando que esses equipamentos prejudicam o trânsito na Cidade. O Vereador Nereu D’Avila discutiu a declaração de inconstitucionalidade, pelo Supremo Tribunal Federal, da chamada “cláusula de barreira”, ponderando que esse fato evidencia a necessidade de uma reforma política no Brasil e propondo a concepção de um sistema eqüitativo para o financiamento público das campanhas eleitorais. Igualmente, manifestou seu apoio ao Partido Comunista do Brasil e ao Partido Socialismo e Liberdade por considerar que eles têm um histórico de muitos anos de participação política no País. Em Pauta, Discussão Preliminar, estiveram: em 2a Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 089/04, 210, 219 e 226, o Projeto de Resolução nº 092/06, o Projeto de Lei do Executivo nº 052/06; em 3a Sessão, os Projetos de Resolução nos 093, 094, 095 e 096/06. Às quinze horas e cinqüenta e quatro minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Extraordinária a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Dr. Goulart e Luiz Braz e pela Vereadora Margarete Moraes e secretariados pelo Vereador Luiz Braz, como secretário “ad hoc”. Do que eu, Luiz Braz, Secretário “ad hoc”, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelos Senhores 3o Secretário e Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Dentro de alguns minutos, S. Exª o Prefeito Municipal estará visitando a Câmara de Vereadores, estará no outro plenário em reunião de final de ano do grupo dos Cidadãos Eméritos e Honoríficos da Cidade.

Na ausência do Secretário, solicito ao Vice-Presidente da Casa, Ver. Luiz Braz, que leia as proposições que até nós chegaram.

 

O SR. VICE-PRESIDENTE (Luiz Braz): (Lê as proposições apresentadas à Mesa.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Eu já solicito que V. Exª permaneça aqui, uma vez que o Sr. Prefeito está chegando, passo-lhe a atribuição de convocar a Tribuna Popular.

 

(O Ver. Luiz Braz assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Elias Vidal faz um comunicado à Mesa, dando ciência de que a partir de hoje, dia 11, está filiado ao PL - Partido Liberal.

Já foi votada a Licença para Tratar de Interesses Particulares do Ver. Haroldo de Souza, e já está presente aqui o Suplente Ver. Dr. Raul. Informamos que o Ver. Dr. Raul passará a integrar, a partir de hoje, a Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude, a CECE.

Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

O Sr. Miguel Rangel, representando a Associação Comunitária dos Moradores da Vila Portal dos Pinheiros, está com a palavra para tratar de assunto relativo aos Portais da Cidade, incluindo metrô, lotação e linhas alimentadoras, pelo tempo regimental de 10 minutos.

 

O SR. MIGUEL RANGEL: Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público aqui presente, o que nos traz novamente a esta Casa é a insistência da Prefeitura de Porto Alegre em errar. Eu acho que é oportuno chamarmos a atenção do meu amigo Prefeito José Fogaça, que está nesta Casa hoje. E a gente traz aqui uma crítica construtiva ao Projeto Portais da Cidade, porque nós, da periferia da Cidade, principalmente, vamos ter prejuízos, Ver. João Antonio Dib, V. Exª já foi Prefeito e conhece muito bem esta Cidade.

Nós, por exemplo, da Restinga, já pegamos alimentadoras lá na origem, o que é uma maldade que foi feita com a cidadania, uma maldade que o Poder Público fez conosco, moradores da Restinga. Eu chamo de maldade, porque em poucos lugares do mundo se faz isso. E, agora, com esse Projeto, vai-se fazer... Nós já pegamos alimentadoras, dois ônibus lá na Restinga, e vamos ter que descer aqui no Logradouro Zumbi dos Palmares, ou na Av. Azenha, e pegar outro ônibus para entrar no Centro da Cidade. Os senhores imaginem assim: já é uma hora e meia de viagem da Restinga até aqui, os ônibus sem qualquer conforto, completamente lotados, é uma das passagens mais caras do País, e vamos sofrer mais essa penalidade!?

Eu acho que temos de resolver, sim, o problema do Centro da Cidade, e uma das medidas administrativas - não precisava nem fazer um projeto em si - era simplesmente fazer com que os ônibus, em vez de pararem no Centro da Cidade, passassem pelo Centro da Cidade. Esta era uma das primeiras medidas: acabar com o fim da linha do Centro da Cidade, simplesmente que eles passassem, ou seja, dando a chance para que os trabalhadores cheguem ao Centro da Cidade. Os senhores imaginem a quantidade de desemprego que isso pode gerar, a falta de acessibilidade aos meios de produção no Centro da Cidade, quase toda a Cidade depende do Centro.

Nós, da Restinga, estamos solidários aos moradores do Centro, mas também não queremos ser penalizados novamente. Os senhores conhecem muito bem a Restinga, não preciso mais falar aqui, todos os Vereadores conhecem muito bem, talvez um ou outro não, mas, com certeza, pelo que estou vendo aqui, todos conhecem muito bem a Restinga, e são os nossos parceiros lá, ajudam-nos historicamente. Nós queremos chamar atenção, então, do Prefeito nesse sentido, para que ele faça parcerias, sim, com o Governo Federal, por que não?

Eu estive na Câmara dos Deputados na semana passada pela minha categoria, que é o Poder Judiciário, onde sou concursado da União, e verifiquei uma enxurrada enorme de Prefeitos de todo o Rio Grande do Sul, mas não vi o Prefeito Fogaça conversando com o Presidente, conversando com os Ministros, conversando com os Parlamentares de todos os Partidos para discutir o Orçamento da União. Ali é que se deve fazer, ali é importante que o Prefeito esteja no sentido de buscar recursos, sim, para fazermos um metrô nesta Cidade.Não é possível,Ver. João Dib - que, para mim, é a maior referência aqui, porque já esteve no Executivo, pela experiência que tem, o respeito que tem por parte de todas as Bancadas -, ficarmos para trás. Fortaleza, Recife, Maceió, várias cidades do Nordeste estão fazendo seus metrôs, e nós aqui estamos na Idade da Pedra ainda, meu Deus, não é possível! E penalizando os trabalhadores!

Ah, se esse Projeto custa quase 300 milhões de reais, o outro custa 3 bilhões de reais, bom, tem de ser ousado, e não sou eu quem tem que dizer para o Prefeito José Fogaça que ele tem de ser ousado, que tem que trabalhar com a iniciativa privada e fazer parcerias com o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lá estão todos os Partidos sentando com ele, fazendo negociações para os seus Municípios. José Serra sentou, Aécio Neves sentou, enfim, está todo o mundo lá, e Porto Alegre fica para trás.

Um dia desses perguntei ao Prefeito Fogaça se ele sabia que nós tínhamos perdido os vôos diretos de Porto Alegre para Paris. Ele não sabia. Acho que é uma desinformação, ele é uma pessoa extremamente culta, extremamente amável, extremamente sensível e tem de ter essas informações. Porto Alegre não pode ficar relegada a uma província! Atirada no canto do Brasil! Não, Porto Alegre tem de ser protagonizadora de qualidade, de qualidade no transporte. Nós viemos aqui exatamente há um ano, reclamamos da falta da lotação, que nós não temos. Pois pasmem: continuamos a não ter o serviço de lotação! Eu diria que continuamos a ter um serviço de ônibus bom a regular, em alguns pontos um serviço dramático, que é a questão das alimentadoras.

Ora, Srs. Vereadores, V. Exas foram eleitos para nos ajudarem, é por isso que nós estamos aqui, V. Exas. têm mais facilidade de conversar com o Prefeito Fogaça, que ele tenha humildade, porque a nossa crítica é construtiva. Eu sou uma das pessoas que só constroem nesta Cidade, que ajuda. Há Secretários aqui, não estou aqui para criticar por criticar. Sempre a gente fez essa crítica construtiva aos outros Prefeitos que antecederam. Nós temos aqui o Secretário da Saúde, por exemplo, o Gus, que é um Secretário espetacular, que tem atendido à demanda de trabalho da sociedade. O Diretor do DEMHAB, o Nelcir, está fazendo um trabalho extraordinário no setor habitacional, e nós temos de vir aqui louvar. Com todo o respeito aos Vereadores aqui do Partido dos Trabalhadores, eu digo isto enquanto Restinga e enquanto movimento popular, é isto que a gente sente lá, que o serviço está acontecendo. Então não vim aqui criticar por criticar, mas criticar para construir, para ajudar, Ver. Carpes, agora Deputado.

Então é esse o sentido, Ver. Luiz Braz, é pedir ajuda aqui, porque, como esse Projeto ainda não está votado, ainda é possível fazer algumas alterações. É de o Prefeito sentar, pedir audiência com o Presidente Lula, pensar na Cidade, não pensar em dez anos, mas pensar em cem anos, pensar a Cidade em duzentos anos. É assim que pensa Paris, é assim que pensam São Paulo, Rio de Janeiro, as grandes Cidades do mundo. Nós não podemos mais ficar reféns só dos ônibus - com todo o respeito ao setor -, nós temos de ter outros sistemas alternativos, e o metrô com certeza é um dos melhores que existem para os trabalhadores.

Vocês imaginem o metrô saindo para a Zona Norte, indo pela Av. Assis Brasil à Zona Norte, indo nesse eixo aqui do Partenon pela PUC, para a Av. Bento Gonçalves e o outro pelo Sul da Cidade, pela Av. Cavalhada. É outra qualidade. Aí dá gosto ao trabalhador de pegar uma alimentadora, aí, sim, vale a pena pegar uma alimentadora. Dá gosto. Você pega uma alimentadora e sabe que tem ali o metrô, e ele alimenta com qualidade, não polui. Os senhores sabem, os senhores conhecem as Cidades todas do País, ou pelo menos as Capitais, e outros lugares do mundo. Eu não estou aqui falando bobagem. A gente está aqui com muita humildade chamando a atenção do Prefeito Fogaça. Que mais posso dizer? Precisamos de ajuda!

Para concluir, com muita humildade, peço a ajuda das senhoras e dos senhores para que se efetivem essas mudanças, para melhorar não só a Restinga, não, mas a cidade de Porto Alegre, que é quem mais precisa. Todos os senhores têm automóvel, eu também tenho, mas imaginem a maioria dos trabalhadores, que não o têm. Saem de seus trabalhos aqui e vão para toda a periferia da Cidade com suas sacolas na mão...! Isso é sofrível! É horrível o sofrimento que essas pessoas terão para chegar em suas casas! E lá na Restinga ainda terão de descer de um ônibus e pegar outro para chegarem...! É demais! É demais!

Aproveito para homenagear o meu neto, Pedrinho, que está aqui no plenário. Quem sabe ele não será um militante que irá adorar Porto Alegre? Ele é filho de Porto Alegre, e eu, apesar de ser novo, já sou avô.

Muito obrigado a todos e a todas, e reitero: peço a ajuda de V. Exas. para esse nosso pleito, que é da Cidade. Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz):  Muito obrigado, Sr. Miguel, da Associação Comunitária dos Moradores da  Vila Portal dos Pinheiros.

Como estamos na última semana deste ano legislativo, as Lideranças e a Mesa acordaram que não teríamos hoje as manifestações das Bancadas.

O Projeto ao qual se referiu o Sr. Miguel vai continuar sendo discutido ainda no ano que vem, e teremos o prazer de recebê-lo aqui durante as discussões do Projeto. Creio que apenas iniciamos a discussão a respeito do Projeto Portais da Cidade, recebemos aqui os Secretários da área e agora realizamos esta Tribuna Popular, acredito que teremos outras oportunidades para debater. Para nós será extremamente importante que V. Exª possa retornar a esta Casa. Agradecemos muito a sua presença.

Vamos suspender os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h34min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz – às 14h35min): Estão reabertos os trabalhos.

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

Hoje este período é destinado ao transcurso do 40º aniversário da Associação de Orientadores Educacionais do Rio Grande do Sul. Trata-se de um Requerimento de autoria da Verª  Manuela D'Ávila. 

Convidamos para compor a Mesa a Srª Clarissa Maria Aquere Szadoski, Diretora da Associação de Orientadores Educacionais do Rio Grande do Sul. Também queremos citar a presença das demais Diretoras da Associação de Orientadores Educacionais do Rio Grande do Sul, que aqui estão prestigiando esta homenagem. É uma honra para esta Casa recebê-las.

A Verª Manuela D'Ávila está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo da Verª Margarete Moraes. Solicito que fale não apenas em seu nome, mas em nome de toda a Casa.

 

A SRA. MANUELA D'ÁVILA: Obrigada, Sr. Presidente. Exmo. Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Luiz Braz; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, todos os Diretores do colegiado que compõem a Associação dos Orientadores Educacionais do nosso Estado, senhoras professoras, senhores professores, sejam todos muito bem-vindos à nossa Casa, sinto-me muito honrada, Ver. Luiz Braz, por falar em nome de todos nós.

Apenas como explicação, nós temos um acordo de não fazer homenagens nesta semana, por ser a ultima semana do ano legislativo e por termos uma quantidade bastante razoável de trabalho todos os dias, entretanto esta homenagem estava marcada para o dia 4 de dezembro, e, em função da votação da LDO, Ver. João Antonio Dib, nós a transferimos, a pedido do Governo, para esta semana, e as nossas professoras compreenderam.

Pelo meu comportamento na escola, Ver. Dib, se me perguntassem há dez anos se eu homenagearia a Associação dos Orientadores Educacionais, certamente eu responderia que não. Elas me perguntaram quantas vezes eu estive na sala do SOE da minha escola, e eu disse que, pelo menos em três anos, em Porto Alegre, foram umas 900, 800 vezes, mais ou menos uma por dia, para que eu tivesse um comportamento razoável, um pouco mais concentrado, um pouco menos disperso nas minhas atividades escolares e, sobretudo, nas do Grêmio Estudantil, relativas às normas estabelecidas por aquela escola.

Nós vivemos num mundo globalizado, com uma concentração gigantesca de poder nas mãos de poucos e com formas de exclusão nunca antes presenciadas pela humanidade, mostrando que, para uma pequena parte da população, justamente a que concentra esse poder, o que mais interessa é concentrar as riquezas. E a educação, Ver. Braz, nesse contexto, pode surgir como reprodução dessa sociedade globalizada, ou pode nos lançar desafios para construção de uma sociedade mais justa, para construção de uma sociedade igualitária, com homens e mulheres verdadeiramente livres, para construírem essa sociedade. Nós lutamos, todos nós - tenho convicção -, para que exista uma educação com qualidade, que busque diálogo, e que o diálogo seja uma forma de garantia desse processo de mais igualdade, uma igualdade que respeite as diferenças que temos entre todos e todas nós.

Em março de 1966, há quatro décadas, uma orientadora educacional, Odair de Castro, e mais um grupo de pessoas ligadas à profissão criaram a Associação dos Orientadores Educacionais do Estado do Rio Grande do Sul. Desde então se construiu uma trajetória, prosseguiu-se com uma jornada pela valorização dos orientadores educacionais e pelo reconhecimento do papel dos orientadores na construção da escola, na construção do processo educacional. São quatro décadas de muitos desafios que, com muita união e, sobretudo, com muita luta e muita paixão pela educação transformadora, fizeram a nossa Associação dos Orientadores Educacionais chegar aos 40 anos.

Em 1969, o Rio Grande do Sul liderou a criação da Federação Nacional dos Orientadores Educacionais, fazendo, então, com que essa categoria se organizasse nacionalmente. A orientação educacional atuou fundamentalmente na área da orientação vocacional e profissional, principalmente na época da República Velha, estruturada basicamente no modelo norte-americano e francês, apresentando uma prática completamente desconectada da realidade educacional brasileira. A partir de 1971, com a Lei nº 5.692, a orientação educacional passou a ser obrigatória nas Escolas de Ensino Fundamental e Médio, sendo definida como atividade do aconselhamento vocacional, em cooperação com os professores, a família e a comunidade.

Mesmo nesse período, no período autoritário, em que a participação era vista como uma ameaça à ordem, as orientadoras educacionais - eu vou usar o feminino, porque nós, mulheres, somos a maior parte dessas profissionais - lutavam para que existisse a relação entre o estudante e o professor, para que o estudante não apenas tivesse que ouvir, mas pudesse também ser ouvido; que o estudante deixasse de ser apenas um reprodutor do conhecimento e pudesse colaborar na construção do conhecimento como algo libertador e transformador da sociedade.

Atualmente, a prática dos orientadores educacionais está articulada com toda a escola, participando de uma ação educacional coletiva. A prática da orientadora educacional está vinculada às questões pedagógicas e ao compromisso de contribuir na construção de uma escola democrática, reflexiva e cidadã. Participa de uma ação educacional coletiva. O orientador passa a ser, então, o mediador junto aos demais educadores, e o seu papel principal é o de ajudar o seu aluno na formação da cidadania, estabelecendo relações que decorram na escola, com a realidade na qual a escola e o estudante estão inseridos.

E, se esse é o papel do orientador, esse também é o papel da Associação dos Orientadores Educacionais, a qual homenageamos pela passagem dos seus 40 anos:  transformar a orientação educacional numa prática social ampla e não apenas isolada, não vista como eu a via há dez anos - quando jamais homenagearia vocês -, ou seja, como algo punitivo, algo que tentava cortar as liberdades e o pensamento crítico. A orientação educacional deve ter justamente essa concepção vinculada à sociedade, vinculada à comunidade e ao aproveitamento, talvez a chave da diferença entre modelos antigos e aquilo que nós debatemos hoje: não tentar podar a capacidade criativa dos nossos estudantes.

Esta Casa parabeniza os 40 anos da Associação dos Orientadores Educacionais do Rio Grande do Sul. E eu acho, Sr. Presidente, que essa lógica, essa maneira de pensar a Educação não vem desconectada das mudanças que a sociedade brasileira vivencia. Há poucos anos, nós, jovens, éramos vistos como algo que não existia, que não deveria ter opinião, que não contribuía com a sociedade; a nós estava reservado apenas um futuro que nunca chegou, porque um futuro brilhante e promissor não pode ser construído senão no presente. Penso na educação como um processo libertador do ser humano, aquilo que permite que todos - cada um de nós - tenhamos condições de pensar o desenvolvimento da sociedade e a sua participação individual num projeto coletivo que se chama sociedade. Eu acredito no papel do orientador educacional como aquele que busca harmonizar as diferenças sem as transformar em desigualdades num ambiente escolar, porque todos nós sabemos que é a maior presença, ou a presença mais significativa, do Estado na vida da sociedade brasileira.

Só resta a nós, como Vereadores, a mim como Presidenta da Comissão de Educação desta Casa, prestar esta homenagem a vocês, a essas mulheres e aos homens que são orientadores educacionais e que nos ajudam a libertar não aos jovens, mas a todos aqueles que sabem que a educação é fundamental para transformar a sociedade em que vivemos. Parabéns pelos 40 anos e mais 40, 50 anos, tantos quantos forem necessários para a contribuição de vocês para Porto Alegre, para o Rio Grande do Sul e para o nosso País. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Esta homenagem foi proposta pela Verª Manuela d’Ávila, mas é uma homenagem, é claro, de toda Casa para os orientadores educacionais do Rio Grande do Sul. A Srª Clarissa Maria Aquere Szadoski, Diretora da Associação dos Orientadores Educacionais, está aqui representando todos os orientadores educacionais do Rio Grande do Sul, assim como as orientadoras que estão aqui presentes e que nos honram com suas presenças. Quero que os senhores e as senhoras recebam desta Casa, nesta homenagem proposta pela Verª Manuela, que é também de toda a Casa, o carinho que temos pela profissão que vocês exercem e que nos ajuda muito melhorar a educação no Rio Grande do Sul. Suspendemos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h46min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz – às 14h47min): Estão reabertos os trabalhos da presente Sessão.

Apregoamos Emenda nº 01 ao Substitutivo nº 01 do PLL nº 129/05, de autoria dos Vereadores Manuela d’Ávila e Raul Carrion. (Lê.) “Art. 1º Altera a Ementa do Substitutivo nº 01, que passa a ter a seguinte redação: ‘Dispõe sobre a cassação do Alvará de Funcionamento dos estabelecimentos situados no Município de Porto Alegre, cujos funcionários ou seguranças tenham usado de violência no trato com clientes, conforme especifica.’”

O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo Ver. Luiz Braz, presidindo os trabalhos; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; em especial o nosso prezado amigo João Antonio Dib, lembrando a ele o nosso Regimento, que diz que a qualquer momento o espaço de Liderança pode ser usado pelos Srs. Vereadores.

Venho a esta tribuna, em meu nome, em nome da Liderança do PCdoB, da Verª Manuela d’Ávila, trazer uma reflexão, Ver. Dr. Raul, Verª Margarete Moraes, sobre a grande vitória da democracia neste País ocorrida na semana passada, quando o Supremo Tribunal Federal, por unanimidade dos votos - dez votos a zero -, sepultou o entulho autoritário da cláusula de barreira.

É preciso dizer, Ver. Elói Guimarães, que a cláusula de barreira surgiu na nossa legislação, pela primeira vez, em 1967, na Constituição outorgada pelo Regime Militar, quando foi colocada uma cláusula de 10%. O objetivo era dois Partidos: o MDB e a Arena, um figurino do regime autoritário sem liberdade. Posteriormente, essa cláusula de 10%, em 1969, foi reduzida para 5%. Em 1977, o General Geisel, “aberturista”, conservou a cláusula de 5%. Posteriormente, a oposição, em 1982, Ver. Cassiá, através da Emenda Constitucional nº 02, não conseguiu abolir a cláusula de barreira, mas conseguiu suspendê-la: ela ficou suspensa na eleição de 1982 e para a eleição da Constituinte de 1986. E em 1988, Verª Maria Celeste, a cláusula de barreira, surgida em 1967, de mão na ditadura, foi abolida pelos constituintes, Ver. Ibsen, dizendo os constituintes - V. Exª se encontrava lá - que era parte do entulho autoritário.

Pois bem, essa mesma cláusula de 5%, que só existe nas legislações dos países parlamentaristas - em nenhum país presidencialista existe -, foi criada com uma imposição da maioria para tentar sufocar e impedir a voz da minoria. Aí até é bom perguntar: minoria? Alguns Partidos que seriam atingidos era o P-Sol, que foi o terceiro colocado na eleição presidencial; o PCdoB, que  foi o quinto na votação para o Senado, e outros Partidos, como o do Vice-Presidente da República.

Então, de forma correta e soberana, o Supremo Tribunal decidiu que é inconstitucional, como nós havíamos dito aqui, porque a Constituição fala que o funcionamento parlamentar se dará conforme a lei, só que a lei que veio durante o reinado do “príncipe das trevas” - lembrando o apagão - se deu impedindo o funcionamento parlamentar. É interessante dizer, Verª Manuela d’Ávila, que o Ministro Marco Aurélio, Relator da matéria, acompanhado por unanimidade, fez referência, inclusive, de que o fidedigno Partido Comunista do Brasil seria atingido, disse que era uma tentativa de a maioria impedir a voz e a existência da minoria.

Na verdade, os Partidos que tinham conseguido a cláusula abocanhariam 99% do fundo partidário! Esse é o idealismo deles! E todos os outros que não tinham atingido teriam 1% do fundo partidário. Vê-se o idealismo dos grandes Partidos! Por exemplo, o PTB não conseguiu atingir a cláusula de barreira, e é dos mais antigos do Brasil; o PPS não conseguiu atingir a cláusula de barreira, então, fez-se justiça.

Queria concluir - o tempo não me permite falar mais - dizendo, também, que o mundo tomou conhecimento, sem nenhum pesar, da morte do terrorista de Estado, do ditador Pinochet, responsável por mais de três mil mortes, mais de trinta mil presos, mais de um milhão de exilados! Então, nós, como seres humanos, evidentemente, sempre que há uma morte, lamentamos, mas não lamentamos a de um líder ditatorial, terrorista! Inclusive, hoje, às 19h, haverá um ato na Esquina Democrática, para o qual aqueles que lutam contra as ditaduras estão convidados. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): A Verª Maria Celeste está com a palavra em Grande Expediente.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, ontem, Ver. Raul Carrion, dia 10 de dezembro, celebrou-se no mundo inteiro a passagem dos 58 anos de aprovação, pela Assembléia Geral das Nações Unidas, da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Por ser o primeiro documento internacional que afirma a universalidade dos direitos fundamentais e a igualdade entre todos os seres humanos, a Declaração é considerada um marco para a proteção dos direitos humanos.

Por ironia do destino - e o Ver. Raul Carrion já fez esta referência -, ontem, na mesma data que marca a Declaração Universal dos Direitos Humanos, morreu, no Hospital Militar de Santiago, no Chile, o ex-ditador Augusto Pinochet. Alvo de diversos processos por violação dos direitos humanos, por corrupção, Pinochet liderou, no dia 11 de setembro de 1973, o golpe militar que terminou com o assassinato do Presidente socialista Salvador Allende. Transformado em líder supremo da nação e, mais tarde, em Presidente da República, Ver. Sebenelo, Pinochet fechou o Parlamento, dissolveu sindicatos, proscreveu os Partidos políticos e desatou uma repressão que deixou mais de três mil mortos e milhares - milhares! - de desaparecidos, enquanto outra centena de milhares de chilenos partiram para o exílio.

Portanto, hoje, eu não poderia deixar de registrar aqui esse fato político extremamente importante, que, se por um lado, marca o fim da vida de um dos maiores ditadores da história da humanidade, por outro lado, registra, lamentavelmente, a impunidade, pois Pinochet não foi submetido a um julgamento internacional pelos crimes e pela violação dos direitos dos quais ele foi propulsor.

O nosso Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, foi muito feliz nos seus comentários, emitidos em nota oficial, quando afirma que Pinochet representou um período sombrio para a democracia da história da América do Sul, Verª Manuela. Penso que todos aqueles cidadãos e cidadãs que, em algum lugar do mundo, foram vítimas da ditadura militar, que perderam amigos, parentes, que tiveram o corpo e a mente torturados, jamais esquecerão essa data. As únicas condolências que devemos dar neste momento é em memória dos milhares de irmãs e irmãos chilenos que perderam as suas vidas em defesa da liberdade e da democracia, não só para o Chile, mas sobretudo para a América Latina. Gostaria de fazer este registro, assim como o Ver. Raul Carrion o fez.

 

O Sr. Raul Carrion: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Reforçando a sua fala e parabenizando-a, queria, inclusive, lembrar que o Governo Pinochet não só massacrou o povo chileno, diversos brasileiros foram assassinados, inclusive presos no Estado Nacional, assassinados, e o Governo coordenou, em toda América, a Operação Condor, que era uma operação entre os setores repressivos das diversas ditaduras latino-americanas, que seqüestravam opositores do regime em países da América Latina para levar à tortura e à morte em seus países. Então, é realmente um criminoso contra a humanidade.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Obrigada, Ver. Raul Carrion, reforçando exatamente o que eu dizia. (Lê.): “As únicas condolências que nós temos que prestar, neste momento, é de fato à memória dos milhares de desaparecidos e de outros tantos que perderam suas vidas em defesa da liberdade.”

Também eu gostaria de registrar, neste momento, neste espaço, outro fato que aconteceu neste final de semana, e que há muito tem nos preocupado nesta Casa, diz respeito à nossa juventude. Assim como milhares de jovens no Chile, na América Latina no seu todo, lutaram por seus ideais, entregaram suas vidas, aqui no Brasil acontecem as mortes e os assassinatos de jovens de uma maneira muito trágica, terrível. Neste final de semana pudemos presenciar, aqui no Rio Grande do Sul, precisamente, nada menos do que sete mortes com a utilização de armas de fogo. Se abrirmos os jornais hoje, veremos que em São Leopoldo dois jovens foram assassinados; em Crissiumal, uma jovem de 17 anos foi assassinada por engano; em Caxias do Sul, dois adolescentes, um de 17 e outro de 14 anos, também foram assassinados pelo uso de arma de fogo; em Alvorada, mais um jovem de 20 anos foi assassinado; em Porto Alegre, pasmem, na nossa Cidade, um adolescente de 17 anos foi executado com vários tiros, Verª Mônica. Esse é o trágico balanço deste nosso final de semana, quando nossos jovens, nossos adolescentes estão morrendo pelo uso indiscriminado da arma de fogo no nosso País.

Recentemente, publicamos um artigo no jornal local que trazia algumas considerações e reflexões sobre a pesquisa divulgada pela Organização dos Estados Ibero-Americanos para Educação, Ciência e Cultura, demonstrando que já somos o quarto país em número de homicídios, que aumentou 48,8% entre os anos de 1994 e 2004, sendo os jovens os mais afetados por essa situação, principalmente se forem do sexo masculino, negros e pobres. Essa é a dura realidade da nossa juventude. Somos o país campeão em morte de jovens por arma de fogo, significa dizer que em nenhum outro país do mundo morrem tantos jovens por esse motivo como aqui, nem mesmo nos países que estão permanentemente em guerra civil.

Esse estudo avalia também que, durante a realização da Campanha do Desarmamento, houve uma redução no crescimento de homicídios. Lamentavelmente, nós não podemos ver concretamente a implementação do Estatuto do Desarmamento. Esse indicativo é importante para a elaboração de políticas públicas em todas as esferas, para se combater essa inaceitável realidade. Mas é preciso que o Brasil avance no combate à desigualdade social, distribuindo renda, elevando as taxas de escolaridade, combatendo o racismo, valorizando as mulheres, gerando emprego para a sua população. Em outras palavras, é preciso disputar jovem a jovem com a violência.

Portanto, lamento trazer esse triste quadro deste simples final de semana - são dois dias, sábado e domingo -, mas nós não podemos mais ficar calados, nós não podemos deixar a nossa juventude ser morta dessa forma, assassinada dessa forma bárbara como tem acontecido; nós não podemos mais deixar que esse número, que essa estatística seja reforçada a cada dia, colocando a nossa juventude como vítima e algoz de suas próprias angústias. Por isso, penso que, cada vez mais, a solução é trabalhar por políticas sociais públicas de responsabilidade que levem em conta o que de fato a nossa criança, o nosso adolescente, sobretudo a nossa juventude, querem construir na cidade de Porto Alegre. Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Apregoamos a Emenda nº 01 ao Substitutivo nº 01, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, do PLCL nº 023/06 (Lê.): “Altera a redação dos parágrafos 1º e 2º do artigo 1º, do caput dos incisos I, II e III do artigo 3º da Lei Complementar 555, de 13 de julho de 2006, que proíbe no Município de Porto Alegre o uso de produtos fumígenos em recintos coletivos...”

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, hoje é o Dia do Engenheiro, e eu quero saudar os meus colegas, porque a Engenharia está presente em todos os setores da vida humana.

Mas, acompanhando a Verª Maria Celeste, que falou dos 58 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, eu tenho uma tese um pouco diferente. Para mim o direito nasce do dever, é uma tese que defendo há muitos anos, e uma das coisas que eu não consigo entender é que a Declaração Universal dos Direitos Humanos fez 58 anos ontem, mas a Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem é anterior; é do mesmo ano, mas é de abril, portanto tem oito meses a mais.

Dezessete países americanos, em Bogotá, elaboraram essa Carta, e ela me parece mais interessante, mais justa e mais importante do que a Declaração Universal dos Direitos Humanos, porque nós estamos cansados de ouvir que todos têm direito, por exemplo, ao salário mínimo que sustenta quatro pessoas; direito à saúde, nós sabemos que não é verdade; todos têm direito a uma série de coisas, mas nós sabemos que aquele que tem o dever de assegurar o direito não o faz.

E a Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem diz assim no seu início (Lê.): “O cumprimento do dever de cada um é exigência do direito de todos. Direitos e deveres integram-se correlativamente em toda a atividade social e política do homem. Se os direitos exaltam a liberdade individual, os deveres exprimem a dignidade dessa liberdade. Os deveres de ordem jurídica dependem da existência anterior de outros de ordem moral, que apóiam os primeiros conceitualmente e os fundamentam. É dever do homem servir o espírito com todas as suas faculdades e todos os seus recursos, porque o espírito é a finalidade suprema da existência humana e a sua máxima categoria.” E, partindo daí, é listada uma série de direitos que a pessoa humana tem, mas também lista os deveres do pai para o filho, do filho para o pai.

Quando nós dizemos que temos o direito do voto, eles dizem que não, que nós temos o dever do voto. E essa é a verdade, nós devemos votar. O mundo seria muito melhor se nós tivéssemos mais preocupação com deveres do que com direitos, porque os direitos aconteceriam tranqüilamente se todos cumprissem com o seu dever. Posso assegurar a V. Exª Sr. Presidente Luiz Braz que o mundo seria muito, muito melhor.

Na verdade, aqui, nós estamos preocupados em enganar os outros dizendo que eles têm direito, mas não lhes asseguramos esses direitos. Quem assegura o salário mínimo capaz de sustentar quatro pessoas com saúde, educação, alimentação, lazer? É o que está escrito na Constituição, é direito do trabalhador! Mas quem é que tem o dever de assegurar esse direito? É isso que eu fico preocupado, não entendo por que o mundo, tendo recebido uma carta de 17 países americanos - não foi dos Estados Unidos -, dentre esses inclusive o Brasil, não tenha adotado a Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem. Os deveres vêm antes dos direitos. Até porque Deus, que criou o mundo em sete dias, trabalhou seis, cumpriu o seu dever e, no sétimo dia, adquiriu o direito de descansar e descansou.

Portanto, é saudável lembrar a Carta Universal dos Direito Humanos, mas é bom lembrar também dos deveres humanos. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Solicito à Verª Margarete Moraes que assuma a presidência dos trabalhos para que eu possa me pronunciar.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Verª Margarete Moraes, presidindo os trabalhos; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, ouvi as manifestações sobre Pinochet. Acredito naquilo que foi o lado ruim de Pinochet - o seu lado assassino, a sua fúria em destruir pessoas - e também, com certeza absoluta, me alio àquelas pessoas que criticam o Pinochet na sua trajetória histórica, mas, no Chile, Ver. João Antonio Dib, Augusto Pinochet é uma pessoa amada e odiada; alguns o amam, outros o odeiam. Pinochet é amado por aquelas pessoas que aplaudem o Chile, pelo país ter hoje a melhor economia da América Latina, e outros odeiam Pinochet por ele ter sido um ditador, talvez o mais cruel, ou um dos mais cruéis da América Latina.

Eu já vi essas mesmas pessoas que aqui criticaram Pinochet, porque ele foi um grande assassino, virem até a tribuna elogiar Fidel Castro, que talvez tenha sido um dos maiores assassinos de toda a América, talvez tenha perdido para Bush. Acredito que sim; mas eu acredito que, se perdeu, foi por muito pouco, porque afinal de contas Fidel Castro, para assumir o poder em Cuba, teve também que matar muita gente, e ele continua, Ver. Cassiá Carpes, até mesmo nos dias atuais, impedindo que qualquer pessoa, que qualquer cubano possa falar contra o seu regime. E eu não ouvi nenhum repúdio das pessoas que vieram a esta tribuna para condenar Pinochet em relação a Fidel Castro. Ou será que os comunistas, os socialistas podem matar à vontade em nome do povo, e os outros não? Ver. João Antonio Dib, eu faço essa pergunta: os comunistas podem matar à vontade?  Eu acho que sim, porque ouvi aquelas pessoas que vieram aqui condenar Pinochet elogiando muito Fidel Castro, ou apenas não falando.

E se nós transferirmos essa mesma pergunta para o nosso País, para o Brasil? Quanto nós ouvimos a notícia, Ver. João Antonio Dib, de que o Brasil está crescendo apenas 2%, eu pergunto: será que este administrador, este Presidente, que faz o Brasil crescer 2%, também não está matando muitas e muitas pessoas? Por falta de Educação, por falta de Saúde, por fome? Será que este administrador, este Presidente também não mereceria o nosso repúdio? Porque, afinal de contas, ele constrói, de forma equivocada, a opinião pública, que pensa que o nosso País está crescendo, quando, na verdade, quando se vai constatar, nós estamos é decrescendo, nós temos apenas 2% de crescimento! Isso faz com que o brasileiro não tenha futuro! É o “exterminador do futuro” esse homem que acabou se reelegendo como Presidente do Brasil e que até hoje não fez absolutamente nada pelo nosso País! E esse “exterminador do futuro” talvez seja o pior dos ditadores que nós temos em todas as Américas!

Eu gostaria, realmente, que alguém com isenção pudesse fazer uma comparação entre Pinochet, Fidel Castro, Bush e Lula. Quem foi que matou mais? Quem foi que, na verdade, infelicitou mais pessoas? O daqui, Ver. João Dib, o nosso, acabou matando o futuro de toda uma Nação! Da maior Nação da América! Fidel Castro assassinou em nome do comunismo, então é saudado por todos aqueles que fazem parte dos Partidos de esquerda. “Pode matar; em nome do comunismo pode matar à vontade! Em nome do socialismo pode matar à vontade!” E Pinochet, eu acho, merece um estudo, apesar de repudiarmos o seu lado assassino. Ele merece um estudo: o que aconteceu? Como o Chile se transformou na economia mais forte de toda a América? É uma pergunta que nós temos que responder. A história tem que responder! Aqueles que são estudiosos em economia têm que responder, porque, afinal de contas, não é apenas criticar, fazer crítica pela crítica. Nós, é claro, repudiamos a atitude ditatorial de Pinochet, essa sua maldade em dizimar pessoas, claro que sim! Nós não somos favoráveis a isso! Mas também não somos favoráveis a Fidel Castro! Também não somos favoráveis a Bush! E também não somos favoráveis ao “exterminador do futuro”, o Sr. Lula da Silva!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Excelência.

Convoco os Srs. Vereadores e as Sras Vereadoras para a Sessão Extraordinária a realizar-se dia 15 de dezembro de 2006 às 9h30min, com vistas à eleição para renovação da Mesa da Comissão Representativa e das Comissões Permanentes, em cumprimento ao disposto no art. 14 do Regimento desta Câmara Municipal.

Lembro que amanhã, terça-feira, às 9h30min, haverá Sessão Extraordinária.

O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; colegas Vereadores, colegas Vereadoras, senhores e senhoras, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, quero vir aqui trazer a nossa manifestação partidária também, a referência à morte do ex-ditador Pinochet, que morreu aos 91 anos. Quero fazer aqui uma afirmação do nosso Partido, que defende a pluralidade partidária, que defende o contraditório, que defende a sociedade plural como uma referência e uma afirmação da democracia.

Ver. Luiz Braz, quero trazer de público o equívoco político que V. Exª faz aqui desta tribuna, querendo traçar qualquer semelhança entre o ditador Pinochet e o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É um equívoco não só político, e trago aqui para esta tribuna inclusive as palavras de um dos nomes mais notáveis do PSDB, Serra, Prefeito de São Paulo, que foi para a imprensa relatar o sofrimento que ele mesmo passou quando esteve exilado no Chile, dizendo que esse ditador manchou a América Latina. Queremos que esse ciclo esteja definitivamente encerrado, definitivamente acabado. E querer fazer a justificativa que qualquer desenvolvimento econômico tenha marcado a satisfação do Governo Pinochet é um equívoco, porque todos nós, democratas do mundo todo, hoje saudamos, sim, a justiça divina, que está tirando da humanidade esse nome que marcou profundamente, lamentavelmente, injustamente as relações humanitárias, políticas e sociais da América Latina.

Para começar, Ver. Braz, Pinochet foi um grande traidor. Ele foi convidado pelo Ministro Allende, como homem de confiança, para ser o seu Ministro do Exército e da Defesa e, onze dias depois, organizou o golpe que bombardeou o Palácio de La Moneda e assassinou o Presidente, democraticamente eleito, Presidente esse que representou, sim, pelo sufrágio universal das urnas, a escolha de um povo soberano e democrático para governar o seu País, o Chile, e foi assassinado por um homem que ele confiou para ser seu Ministro. Isso não se apaga da página da história, isso não tem justificativa.

Cumprimento o Pastor Marins, que está aqui e que prega a paz e a soberania diariamente pelas ondas da Rádio Esperança.

Quero dizer que a morte do ditador Pinochet encerra um ciclo, entramos num novo ciclo da América Latina. Hoje nós temos a Argentina redemocratizada, com o povo dizendo quem é o seu governante; o Brasil com o Presidente Lula, reeleito com 56 milhões de votos; portanto, qualquer voz que venha a qualquer microfone ou a qualquer tribuna de qualquer Parlamento do País condenar, chamá-lo ou compará-lo com esse senhor sanguinário, que marcou a América Latina, cometerá além de um equívoco político, uma deslealdade com a democracia e com a pluralidade que temos no Brasil.

Assim como a América Latina se reorganiza hoje, democraticamente a Argentina, o Uruguai, o Brasil, a Colômbia, o Peru, a Venezuela, recentemente o Equador, todos escolhem os seus governantes pelo voto direto, universal. E está prevalecendo, na América Latina, a defesa dos excluídos, está prevalecendo na América Latina a igualdade entre os povos, a busca da soberania das Nações, a integração entre os povos latino-americanos defendida pelos seus governantes.

Portanto, senhores e senhoras, quero aqui, sim, hoje fazer uma referência em nome do nosso Partido, o Partido dos Trabalhadores: a era das ditaduras e dos golpes - seja no Brasil, na Argentina, no Uruguai, na Bolívia, ou no Chile - acabou, nunca mais! Nós queremos a referência da democracia, da pluralidade, da defesa dos direitos humanos, da justiça social, da geração de renda e distribuição, queremos igualdade em primeiro lugar, a soberania dos direitos humanos, da justiça e da busca da decisão que cada país tem de ter na soberania do voto universal.

Hoje não dá para querer fazer uma comparação, Ver. Luiz Braz, em nome do PSDB, porque as principais Lideranças do seu Partido só não morreram na prisão do Pinochet porque fugiram de lá! E o Presidente Lula, hoje, responde a uma política latino-americana na contramão do que foi a política do Pinochet, defende a soberania dos povos, que triunfe sempre a democracia! Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Vereador.

A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, todas as Vereadoras e os Vereadores que me antecederam ocuparam o Tempo de Liderança dos seus Partidos para falar do dia de ontem, o Dia Mundial dos Direitos Humanos. O Ver. Dib fala repetidamente uma coisa e sempre faz uma pergunta, que eu nunca respondi. Como ontem foi o Dia de Declaração dos Direitos Humanos... Eu vou responder a Vossa Excelência. O senhor sempre pergunta por que a Declaração dos Direitos Humanos, aprovada pela OEA, por 17 países, é tão pouco comentada. Talvez seja porque apenas 17 países a assinaram, e a Declaração Internacional dos Direitos Humanos  foi aprovada,  assinada e  referendada por 176 países de todos os Continentes.

Eu fiquei pensando também, Vereador, que talvez seja porque quem capitaneou aquela reunião foram os Estados Unidos, um país reconhecido no mundo inteiro como o maior violador dos Direitos Humanos hoje em nível internacional, não apenas dos direitos humanos, mas também dos direitos ambientais. Basta lembrarmos a Guerra dos Bálcãs, basta lembrarmos os armamentos africanos. A quem ainda não assistiu ao filme - uma das maiores aulas a respeito de Direitos Humanos internacional - “O Senhor das Armas”, eu recomendo, porque é realmente incrível, mostra qual é o comprometimento dos Governos, que, inclusive, fornecem armas para os Governos opositores, garantindo a venda dos produtos armamentistas dos grandes países bélicos, produtores desses armamentos. Também porque é o responsável pelos conflitos do Afeganistão, e nós estamos, há cinco anos, com a ocupação de um país como o Iraque, que provocou uma guerra civil, estúpida, desumana, indefensável, sob qualquer ponto de vista.

Mas eu acho que nós devemos falar mesmo é sobre a questão da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Acho impressionante essa coincidência de, exatamente, o Pinochet, um dos maiores facínoras da América Latina, responsável por uma das ditaduras mais bárbaras, algo reconhecido por todos os países do mundo, ter morrido exatamente nessa data. E eu acho que a Câmara Municipal de Porto Alegre não poderia deixar de falar sobre isso, porque nós temos aqui colegas nossos, Vereadores, que foram sobreviventes do regime Pinochet. Nós aqui temos assessores nossos que são filhos de pessoas que foram sobreviventes, que inclusive presenciaram os fuzilamentos coletivos de milhares de pessoas, feitas sem julgamento, dentro de um campo de futebol. Muitos brasileiros e brasileiras foram mortos, torturados, muitos gaúchos também, muitos deles muito próximos de nós.

Eu também queria dizer que, para compreender plenamente isso, é muito importante ver um filme que se chama “A Casa dos Espíritos”, baseado na obra de Isabel Allende. E há muitas outras coisas que eu acho que têm que ser rememoradas por todas aquelas e aqueles que lutam pela liberdade, pelo respeito à democracia, pelo direito das pessoas.

Por último eu queria lembrar que há dois brasileiros, e muito ilustres, que sobreviveram graças ao acolhimento do Governo Allende, do Chile, que é o Prefeito de São Paulo, José Serra, e o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso.

Sr. Presidente, eu queria também lembrar que, além de todas essas desgraças de que a humanidade tem sido vítima e das perdas de direitos nessa área dos direitos humanos, nós temos uma coisa que deve nos emocionar, que deve abrir nossos corações para as grandes esperanças do futuro. Neste mesmo dia, o Prêmio Nobel da Paz foi dado para uma das maiores personalidades deste século, foi dado para um indiano banqueiro, mas não banqueiro como os demais, um banqueiro dos pobres: Muhammed Yunus; um economista que, no recebimento do seu prêmio, teve a coragem de reafirmar que a maior desgraça deste século não é o terrorismo, por  toda a desgraça que isso traz; afirmou que a maior desgraça é a fome da humanidade.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Ver. Humberto Goulart; Srs. Vereadoras, Srs. Vereadores, quanto à questão de ditador, Ver. Goulart, eu não gosto de ditador de direita nem do sanguinário da esquerda; em quaisquer dessas duas posições, para mim, são ditadores. Nós vimos muito pelo mundo, Ver. Luiz Braz, ditadores de direita, mas também ditadores de esquerda, e nenhum dos dois me serve, até porque muitos também de esquerda se perpetuam no poder sem dar possibilidade ao povo de eleição direta, democrática. Essa é a minha opinião.

A Verª Maria Celeste, nossa amiga, grande Vereadora que será Presidente desta Casa, colocou que a situação da nossa juventude realmente é muito preocupante. É muito preocupante a situação da nossa juventude, Ver. Goulart! Mas nós temos de tomar algumas atitudes. Será que o Governo Federal está tão certo quando cria bolsas, quando auxilia de uma forma mas não modifica os parâmetros de Educação no País? Será que não está na hora de trabalhar a família e a escola juntas? Será que não está na família e na escola, nessa parceria, o momento de começarmos a coibir, a baixar esse índice alarmante de mortes dos nossos jovens? Nós, pais e mães, ficamos em casa e não sabemos se o nosso filho voltará.

Hoje se fala muito que os Governos querem atacar três questões fundamentais: a Segurança, a Educação e a Saúde. Isso é o que mais se fala de tantas outras questões que a nossa Cidade, o nosso Estado, a União devem ao cidadão. Devemos atacar fortemente essas questões, principalmente a Educação. Eu considero que a educação e a família têm de andar juntas. Nós separamos a família da educação. Hoje o pai ou a mãe - muitas vezes mais a mãe até - acompanha seus filhos periodicamente na escola, e a escola espera pelos pais, e os pais esperam pela escola. E na escola tem de se resolver o que a família não resolve. Em relação a esta grande questão, nós não conseguimos ainda chegar, no meu entender, ao equilíbrio: juntar família e escola numa grande parceria, para um grande entendimento; parece que os Governos são incapazes de corrigir essa distorção brasileira.

Mas falou-se em tantas coisas ruins, e este Vereador é um dos que mais combatem os 16 anos do Partido dos Trabalhadores.

Os jornais de hoje trazem a matéria “Gaúchos se destacam em Gestão” dizendo que, de cem Municípios, 49 são gaúchos, 28 paulistas, 11 catarinenses, seis mineiros, dois do Rio de Janeiro, um do Paraná, Pará, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo. A Confederação Nacional de Municípios, que mediu o índice de responsabilidade fiscal, social e de gestão, Ver. Dib, aponta Porto Alegre, que estava em 20º lugar na outra gestão, na gestão do Partido dos Trabalhadores, hoje saltou para 13º lugar, coincidentemente, o número 13, até para mostrar que pulou entre as capitais brasileiras também. No ranking geral dos Municípios, Porto Alegre saltou da posição 4.143 para a 2.772. Isso pela primeira vez desde 2002, quando começou o déficit da Prefeitura; houve déficit em 2002, 2003, 2004, chegando a 175 milhões. Eu não sou economista, Ver. Dib, mas era lógico que isso iria acontecer. Não é só buscar dinheiro internacional, tem de pagá-lo. Mas aí não houve operação fiscal, a gestão fiscal não funcionou, só arrecadou dinheiro internacional para a Perimetral e outras obras. O Governo tem de fazer o dever de casa. A gestão tem de começar pelas contas do Município, caso contrário a dívida internacional será muito alta. Não adianta só pegar dinheiro, porque haverá a contrapartida.

O que aconteceu em 2002, 2003 e 2004? Veio, sim, muito dinheiro internacional, mas houve falta de capacidade na arrecadação, para fazer com que a Prefeitura ficasse, Ver. João Dib, enxuta, para administrar também com as suas forças. Foi necessário recuperar o sucateamento que foi feito a partir desses anos que o PT dirigiu Porto Alegre, atingindo todas as Secretarias em termos de manutenção para os cidadãos. Então, esse aspecto é muito importante, os Governos têm que ter... E o Governo do Estado foi pelo mesmo caminho, começou a fazer investimento internacional, mas tem que pagar, tem que arrecadar, tem que ter a sua administração interna enxuta, não basta depender de financiamentos internacionais. Esse foi o grande erro da gestão do PT, pegou muito dinheiro internacional para a 3ª Perimetral, não conseguiu fazer as obras do Orçamento Participativo, porque, geralmente, tem que também arrecadar, tem que ter uma gestão enxuta na Prefeitura, para não depender só de dinheiro internacional. Faltou administração por dentro, na questão interna, para não depender de dinheiro internacional. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE  (Dr. Goulart): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste, eu permaneço e vou seguir até a última Sessão deste ano Legislativo falando de ITBI, que é o que me resta, para divulgar o Projeto do ITBI; já que não fazem publicidade, eu divulgo.

Nós, Ver. João Antonio Dib, no mês de novembro já alcançamos mais de 12 milhões de reais de diferença na arrecadação, se compararmos com os mesmos meses do ano anterior. Possivelmente chegaremos a mais de 15 milhões, se prosseguirmos nesse ritmo de arrecadação. É evidente que temos que ter a responsabilidade de dizer que aí está incluído aquele aumento vegetativo que ocorre todos os anos; evidentemente, nós não esperávamos que fosse acontecer uma arrecadação de forma negativa.

Mas o parcelamento do ITBI tem uma importância fundamental nesse aumento da arrecadação do ITBI. Esse Projeto foi aprovado nesta Casa com a participação de todos os Vereadores, um Projeto que inicialmente foi nosso, depois o Executivo vetou-o, enfim, construímos o parcelamento aqui na base de quatro mãos. Só que ao Projeto não foi dada a divulgação necessária, mas, mesmo assim, na medida do possível, ao longo do ano, nós divulgamos, estamos divulgando. Temos uma cartilha que dá toda a orientação de como as pessoas podem pleitear esse parcelamento. A partir de amanhã, vamos estar próximo da Fazenda Municipal informando as pessoas que pretendem regularizar os seus imóveis da importância de aproveitar esse parcelamento, que vai até o final do mês de dezembro. Nós aguardamos até o último momento, como não houve prorrogação do parcelamento, nós entramos com um Projeto pedindo a prorrogação por mais 12 meses. Esperamos sensibilizar o Executivo, porque esse Projeto é altamente social, e é um Projeto que não trouxe e não trará prejuízo ao Executivo, pelo contrário, trouxe Receita. Por isso nós estamos defendendo com muito entusiasmo.

O outro Projeto de nossa autoria... Quero agradecer especialmente a Bancada do PMDB, hoje contamos aqui com o Dr. Raul - que substitui o Ver. Haroldo de Souza, que está no Japão -, com o Ver. Ibsen Pinheiro e o Ver.  Sebastião Melo, o que nos permite divulgar os nossos Projetos. Aqui vamos tratar de um outro Projeto que é o que trata das caçambas, esse equipamento que é tão necessário para Porto Alegre, para qualquer cidade. Mas aqui basta olhar (Mostra fotografia.) para ver as pessoas disputando um espaço com os automóveis na pista de rolamento, porque a caçamba tomou todo o espaço na calçada. Isso é um absurdo! Esse é um segmento necessário, é um equipamento que se faz necessário, é um serviço necessário, mas há um desrespeito, uma bagunça na Cidade.

Por isso estamos tentando regulamentar esse serviço apresentando três sugestões de caçambas, tentando moralizar. Evidentemente, não só estamos pleiteando mudar as cores, trazendo uma cor padronizada, mas também um regramento. Hoje as pessoas que exploram esse trabalho estacionam as caçambas onde bem entendem, recolhem quando acham necessário, e muito dessas empresas não tem sequer local para estocar as caçambas, mudam de local somente quando há a demanda. Então, muitas vezes nós vamos ver uma caçamba lotada na frente de uma obra por dez, doze ou até quinze dias. Por quê? Porque muitos deles só trocam de lugar quando há uma outra solicitação de serviço. Não estou generalizando, eu estou falando que muitos deles fazem isso.

O nosso Projeto pretende trazer um regramento e também, quem sabe, uma melhor condição para aqueles que pretendem trabalhar sério, porque, em todos os segmentos profissionais, nós sabemos que há aqueles bem-intencionados e aqueles que fogem dos compromissos. E nós pretendemos fazer com que aqueles que têm boas intenções permaneçam prestando serviço para a Cidade. Agora, aqueles que não estão muito dispostos, infelizmente, vão sair prejudicados nessa luta democrática. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado.

O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, vou só fazer uma brincadeira aqui, porque o Rio Grande está todo empolgado para o jogo de quarta-feira. Eu venho à tribuna, e o Ver. Brasinha me faz um desafio, dizendo que o meu time não vai ganhar quarta-feira. Isso é o que ele quer, não sei se vai ser a sua vontade. Deus é maior!

Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu queria me reportar - a Verª Manuela d’Ávila falou aqui - à questão da cláusula de barreira. Nós, do PDT, pensamos o seguinte:  conseguimos ultrapassar a cláusula de barreira em último lugar; conseguimos 4 milhões e 800 mil votos; eram necessários 4 milhões e 600 mil votos. Ficamos contentes, por obviedade, mas isso não quer dizer que concordávamos que Partidos com uma história de lutas, como, por exemplo, o PCdoB... Não estaríamos vibrando com essa situação; isso não.

Agora nós vemos também um outro ângulo menos apaixonado: por um lado, há Partidos de conotação ideológica, como o P-SOL, o PCdoB e tantos outros, que, embora pequenos, têm uma tradição de luta de muitos anos neste País, mas, por outro lado, há outros Partidos pequenos que só estão no tabuleiro dos 29 Partidos do Brasil para fazer negociata com as suas legendas, infelizmente. E eu não estou dizendo nenhuma novidade; com a questão dos “mensaleiros”, ficou patente a venda de Partidos, de Parlamentares e de votos no Congresso Nacional. Então, elidiam também a questão da cláusula de barreira esses Partidos que estão prejudicando o bom funcionamento do sistema democrático. Mas, por A ou por B, o Supremo decidiu, e a nós cumpre aceitar e continuar a luta do País.

Agora, há necessidade, sim, que o Congresso se debruce sobre isso. A lei que trazia essa questão da cláusula de barreira era de 1995, portanto há onze anos estava prevista para ter validade em 2006; e aí, quando chega a hora, onze anos depois, todo o mundo fica perplexo, porque aconteceu, mas há onze anos se sabia que ia acontecer isso, estava prevista na lei a cláusula de barreira. E o Supremo toma uma decisão que nós, repito, respeitamos; agora, eu acho que isso não ajudou na Reforma Política. Ou talvez tenha ajudado pela necessidade, agora sim, de haver uma Reforma Política, porque este País é incrível: faz-se uma lei, e onze anos depois a lei entra em vigor, e o Supremo é o primeiro a dizer: “Não, a lei não vale!”

Talvez uma Reforma Política se imponha, e aí, é claro, ressalvar-se-ão aqueles Partidos com longas tradições de luta junto ao povo, de Partidos ideologicamente postados, Partidos que estão acima de qualquer suspeita, e cito dois: o PCdoB e o P-SOL; todo o mundo sabe que esses não negociam, graças a Deus! Agora, há uns que só existem  para negócio, e a questão pública, a questão partidária, é muito séria para se transformar em mercadoria, em mercancia.

Queremos dizer que estamos solidários com esses pequenos Partidos, que agora poderão continuar a sua trajetória. Evidentemente, pelo simples fato de que nós ultrapassamos a cláusula - e fomos os últimos -, poderíamos estar hoje comemorando até essa vitória, se não tivéssemos ultrapassado. Portanto não estamos aqui para tripudiar em cima de absolutamente ninguém, mas também não estamos aqui na generalidade: “Ah! Que bom, foram liberados 29 Partidos no Brasil!” Puxa, convenhamos, será que 29 Partidos no Brasil não é muito? Então, acho que não cabe ao Partido A, B ou C julgar os demais, se é este ou aquele. Eu creio que uma Reforma Política pode ser um motivo de grande discussão no Congresso para que se melhore.

Fala-se em voto distrital, em voto de listagem. Há questões, por exemplo, que concordo, que outros Partidos concordam e muitos não, que é a questão do financiamento público para os Partidos. “Ah, pois é, mas dá dinheiro público para os Partidos!” Mas não se dá para a televisão? Não foi isso que estava em jogo, a publicidade na televisão, que é o Fundo Partidário? É dinheiro público! Aí pode? Não, eu acho que, para eliminar o uso do poder econômico...  Inclusive há uma injustiça: aqueles Partidos que estão nas pesquisas melhor posicionados ganham mais dinheiro das empresas. Por isso acho que tem que fazer como o Fundo Partidário, um percentual para todos os Partidos, pode ser por tamanho de Bancadas - essa é uma questão menor -, mas que eles recebam dinheiro público, porque aí todos os candidatos terão as mesmas possibilidades econômicas. O que não é justo é que alguns bordem, nesta Cidade, todos os muros possíveis com os seus nomes, e outros candidatos não tenham nenhum muro, porque não podem pagar para publicizar o seu nome, só porque estão surgindo recentemente e não têm prestígio suficiente para arrecadar muros e locais de publicidade para os seus nomes.

Creio, então, que a Reforma Política se impõe, e essa decisão que hoje foi comemorada aqui da tribuna, a questão da cláusula de barreira estar eliminada no Brasil - volta a tudo à estaca zero -, vai servir a essa discussão, para nos alertar de que, entre as reformas, desde o tempo das reformas de base de “Jango” Goulart - isso em 1964, quando Jango caiu -, até hoje não se fez reforma nenhuma. Então vamos começar agora - está aí o mote para começarmos -, talvez, por uma das principais: a Reforma Política. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Excelência. Não há mais inscritos para Comunicação de Líder.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

2ª SESSÃO

 

PROC. N. 2157/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 089/04, de autoria do Ver. Carlos Pestana, que disciplina a outorga do uso dos bens municipais pertencentes ao mobiliário urbano para a veiculação de anúncios, estabelece a necessidade de remuneração da concessão de uso dos respectivos equipamentos e define a lista dos equipamentos do mobiliário urbano de Porto Alegre e dá outras providências. Com Emendas nos 01 a 04. (desarquivado pela Ver.ª Maristela Maffei)

 

PROC. N. 4879/06 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 219/06, de autoria da Ver.ª Margarete Moraes, que institui o Espaço Cultural do Mercado Público Central de Porto Alegre para manifestações dos cultos afro-brasileiros e da cultura de origem africana, cuja utilização fica a cargo da Fundação Moab Caldas de Umbanda e Africanismo e de membros do Executivo Municipal.

 

PROC. N. 4882/06 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 210/06, de autoria da Ver.ª Margarete Moraes, que institui a Feira de Artesanato da Praça Nações Unidas como evento cultural e comercial do Município, com funcionamento aos sábados, das quatorze às dezoito horas.

 

PROC. N. 5303/06 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 226/06, de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que altera o inciso III do art. 12 da Lei nº 8.267, de 29 de dezembro de 1998, que dispõe sobre o licenciamento ambiental no Município de Porto Alegre, cria a Taxa de Licenciamento Ambiental e dá outras providências, determinando prazos de validade para a Licença de Operação (LO) e para a Licença Única (LU).

 

PROC. N. 5341/06 – PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 092/06, de autoria do Ver. Professor Garcia, que concede a Comenda Pedro Weingärtner ao artista plástico Ubiratan David Sanches Fernandes.

 

PROC. N. 5497/06 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 052/06, que institui Área Especial de Interesse Social na categoria de AEIS II para fins de regularização do loteamento denominado “Túnel Verde”, estabelecendo o respectivo regime urbanístico.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. N. 5558/06 – PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 093/06, de autoria da Mesa Diretora, que cria e extingue funções gratificadas no Quadro de Cargos em Comissão e Funções Gratificadas estabelecido pelo art. 20 da Lei nº 5.811, de 08 de dezembro de 1986, e alterações posteriores, que estabelece o sistema de classificação de cargos e funções da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras providências.

 

PROC. N. 5559/06 – PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 094/06, de autoria da Mesa Diretora, que altera o inc. III do parágrafo 3º e o inc. II do parágrafo 6º do art. 1º, inclui inc. IV no parágrafo 2º do art. 11 e revoga o inc. III do art. 14 da Resolução nº 1.367, de 02 de Janeiro de 1998, e alterações posteriores - que reorganiza os serviços administrativos da Câmara Municipal de Porto Alegre e da outras providências -, incluindo Setor de Sonorização na Diretoria Legislativa, sob a coordenação da Seção de Taquigrafia, excluindo-o da Diretoria de Atividades Complementares, e determinando suas atribuições.

 

PROC. N. 5560/06 – PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 095/06, de autoria da Mesa Diretora, que altera a Resolução nº 1.367, de 02 de janeiro de 1998, e alterações posteriores, que reorganiza os serviços administrativos da Câmara Municipal de Porto Alegre, modificando a estrutura do serviço do processo legislativo, que integra a Diretoria Legislativa.

 

PROC. N. 5562/06 – PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 096/06, de autoria da Mesa Diretora, que cria a Função Gratificada de Chefe do Setor de Sonorização e extingue a Função Gratificada de Operador de Sonorização do Plenário do quadro de cargos em comissão e funções gratificadas, estabelecido pelo art. 20 da lei nº 5.811, de 08 de dezembro de 1986, e alterações posteriores, que estabelece o sistema de classificação de cargos e funções da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras providências.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Não há quem queira discutir a Pauta. Está encerrada a discussão da Pauta.

Visivelmente, não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão. Convocamos as Sras. Vereadores e os Srs. Vereadores para uma Sessão Extraordinária logo a seguir.

 

(Encerra-se a Sessão às 15h54min.)

 

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